quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Maternidade X Vida profissional


Vou abordar um assunto que tema de muitas capas de revistas há anos: mãe moderna: a relação entre a maternidade e a vida profissional. Espero que gostem!

Atualmente a maternidade tem acontecido por opção de muitas mulheres. Por advento da vida moderna mesmo podemos escolher qual o momento de nos tornarmos mães. A maioria dessas mulheres modernas optou por não terem aquela vida que conhecemos de nossas avós e bisavós, a mulher que cuida apenas da casa, do marido, e, quando chegam, dos filhos.

Com o avanço da ciência e da tecnologia, nem mesmo a questão mãe ante 30 anos é levada em conta. Temos no media setting (na gíria de nós comunicadores, os assuntos mais comentados da atualidade) uma atriz conhecida nacionalmente que está grávida e feliz da vida no auge dos seus 54 anos. E o tabu não é só a questão da idade não.

A maioria de nós, mulheres que tem como opção (ou necessidade mesmo) o trabalho fora de casa, se previne para que uma gravidez não aconteça ‘fora de hora’ e sim num momento oportuno. Eu fui uma dessas mulheres, tive meu filho no ano passado, aos 31 anos (após os 30, portanto), e com já 10 anos de casada. Tudo em função da profissão e da tal estabilidade financeira... Sim, deixamos de lado a nossa ‘função de procriar’ para tornarmos profissionais.

E após a gestação, com a chegada do filho como fica a vida profissional? Pois é... não fica como gostaríamos, mas de alguma forma que una a mulher mãe e a mulher profissional, tem que ficar!

Na verdade há um desdobramento um tanto quanto radical na vida da mulher a partir da ruptura do cordão umbilical. Amamentar ou não? Ou até quando amamentar? A questão profissional é mais ou menos por aí também. Voltar a trabalhar ou não? Período integral ou meio? Quando voltar a trabalhar afinal? E meu filho, fica onde: creche, escolinha ou vovó? São muitas as dúvidas, os anseios, as pressões.

Algumas conseguem ter a opção de ficar com a criança por um tempo, às vezes o primeiro ano, às vezes a primeira infância, algumas seguram até que a criança entre na fase da alfabetização. Mas grande parte ainda necessita voltar à atividade profissional logo após o período de licença maternidade, necessidade ou medo, sim medo de perderem seu lugar ao sol na esfera profissional. E é aí que tudo muda. A mulher passa então e ver seu filho sob os cuidados de outra pessoa. Pessoa essa que muitas vezes acaba por tornar-se a referência para a criança, já que muitas mães saem muito cedo de casa para retornarem muito tarde, e pouco vê seu filho.

Essa mulher, como se não bastasse ficar pouco tempo com seus filhos, ao chegar em casa ainda precisa preparar a refeição da família, verificar a roupa, a higiene da casa, arrumar a mochila da criança para o dia seguinte. E não pára por aí, ela precisa ser a esposa e, claro, a mãe! Sim, essa mulher moderna é uma verdadeira guerreira!

E essa guerreira tem cada dia menos seu valor reconhecido, frente aos homens, em sua maioria machista, e também, pasmem, frente a muitas mulheres, que simplesmente se esquecem que também são mulheres. E é por razões como essas que muitas acabam por optar simplesmente por não serem mães. Medo de não dar conta do recado? Medo da pressão – que não é pouca? Talvez.

Mas a maioria acaba tirando de letra. A mulher tem o espírito de luta, de ser vencedora por natureza. E é por isso que vemos cada vez menos mulheres tendo suas vidas como as de nossas avós e bisavós para tornarem-se cada dia mais mulheres modernas. 

Vemos diariamente a padeira, a faxineira, a motorista, a bancária, a secretária, a médica, a empresária ocupando espaços no mercado de trabalho.... todas mulheres, mulheres modernas, mulheres e, em sua maioria, mães!

Valorize a mulher que existe em você. E se você não for uma, valorize a mulher que está ao seu lado, sua mãe, sua irmã, sua esposa. Certamente ela é ou será uma dessas mulheres modernas, uma guerreira! 

Os desencontros e o poder da amamentação!



Estava lendo há pouco um texto da odontopediatra Karina Falsarela sobre a questão da amamentação. No decorrer do texto ela menciona que até bem pouco tempo atrás, para nossas avós e mães, por exemplo, a amamentação fazia parte de um processo natural ao se ter um filho. Na atualidade, ela passa a ser uma opção da mãe. E comecei a pensar sobre isso...

Das amigas que tenho que já são mães, poucas foram as que fizeram questão de amamentar seus rebentos. Grande parte das que optaram por não agir de tal forma, o fez simplesmente porque não quis. Uma delas, inclusive, que já tem os filhos quase adolescentes diz abertamente que não se via amamentando e nem tentou!

Eu já digo o contrário, virei uma verdadeira vaca leiteira... ahahahha. Meu filho, hoje com 1 ano e 3 meses, ainda mama e nem pensa em largar o peito – sou obrigada a dizer que já penso em aposentar a atividade, mas não depende apenas de mim.

Mas a questão da amamentação começa lá atrás, na gravidez. O ato de amamentar é indicado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) que aconteça até os 2 anos de idade da criança e que sirva de alimentação exclusiva até que o bebê complete 6 meses de vida. Eu tive a sorte de ter um ginecologista-obstetra que muito me manteve informada sobre questões pouco abordadas por outros tantos médicos. Ele me incentivou a amamentar e me deu uma série de orientações e dicas até o parto. Mas, claro, não foram suficientes logo após a chegada do Nícolas, que foi bem conturbada nesse sentido.

Minha ideia era que logo após o nascimento do meu filho, em fração de segundos eu o estaria amamentando, ainda no centro cirúrgico. Mas, como tive uma cesárea, não foi possível em decorrência da anestesia! Mas o fiz alguns minutos após minha chegada ao quarto.

Não tive absolutamente nada... não doeu, não rachou, não sofri em momento algum!
- Mas peraí... ele não está mamando, suga umas duas ou três vezes e pára. O que está acontecendo?? Meu leite está empedrando, meu peito está enorme e meu filho não mama!

Aí vem o outro lado da questão, a orientação prática.  Aquela que toda mulher deveria ter de maneira clara e de forma a auxiliá-la no momento em que mais precisa, quando ainda está no hospital. A qual eu praticamente não tive. Tive, das quatro ou cinco enfermeiras que ‘cuidaram’ de mim durante minha estada local, uma que realmente teve vontade em me ajudar. Meu filho ainda tinha em seu organismo uma reserva de alimentação do período intrauterino e que por isso não tinha tanta fome. Aquelas duas ou três sugadas eram suficientes para sua alimentação momentânea, mas necessárias a cada duas horas para manter bem as taxas e índices do bom funcionamento orgânico. Mas, para que até aquela boa alma pudesse ter tido tal pensamento, passei por muitas.

Meu seio empedrando, eu com dores absurdas de tão cheias as mamas e quase enlouquecendo de medo do meu filho não querer meu seio. Enfermeiras pra lá e pra cá vendo meu sofrimento, minhas tentativas de amamentá-lo melhor e me cobrando horrores, dizendo que eu é que não tinha vontade de amamentar. Quase morri de ódio! Isso porque eu estava num hospital referência em partos e que, em sua sede, conta com um banco de leite materno, também referência (local esse o qual fui homenageada dez meses depois por poder contribuir com a doação de pouco mais de 2 litros por semana por quase três meses). Ainda assim, eu não tive a orientação e atenção necessárias.

É aí que, além da boa alma citada a pouco, entrou minha intuição de mãe. Consegui, nesse tumulto todo, ter paciência e avaliei que no caso daquele bebê em meus braços sentir fome, ele gritaria. Sim, os bebês gritam quando estão com fome. E foi o que aconteceu.

Passados dois dias do parto, o choro do Nícolas ficou mais forte. Ao oferecer-lhe a mama, ele já não sugava mais duas ou três vezes, permanecia por um período um pouco maior, digo que não muito maior, mas suficiente para perceber que ele estava ali porque realmente estava com fome! E foi quando comecei a descobrir que a amamentação, além dos milhares de benefícios alimentares que já conhecemos, faz com que nasça também uma mãe e sua relação principiante de conhecimento daquele ser tão pequeno e já tão especial. O momento de amamentar é o momento de alimentar, de acariciar, de conhecer e de se gostar. Não é possível que isso se torne cada vez mais uma opção na vida de muitas mães. É um processo que ainda deva acontecer de maneira natural. É uma ação extremamente necessária para bebês e também para as mamães!

Amamente! É também por você.